O Caminho do Itupava é uma trilha histórica aberta para ligar Curitiba a Morretes no estado do Paraná, Brasil, entre 1625 e 1654 por índios e mineradores e calçado com pedras por escravos. Durante mais de três séculos os caminhos coloniais foram a única passagem da costa para o planalto, dando posteriormente origem às rodovias e ferrovia, que possibilitaram o desenvolvimento do Estado do Paraná. Deu origem ao traçado da estrada de ferro.
Esse é um post sobre o Caminho do Itupava. O percurso é esse:
Neste link tem um mapa bem detalhado:
O Caminho do Itupava até Porto de Cima ou até a Estação Marumbi é um dos trekkings, ou caminhadas mais populares de Curitiba. E vem gente de toda parte fazer o percurso também.
O ponto de partida é em Quatro Barras. Feita a notificação da trilha no IAP, pronto, só respirar e encarar 22 Km por mais de 8 horas de caminhada no interior da Serra da Graciosa.
Eu sai bem cedinho, 7h00 pra não chegar muito tarde e poder pegar o trem na estação Marumbi que passa as 17h00. Bacana esse Anoraque Alpino da Conquista! Leve e impermeável, bom pro vento não te pegar! Comprei com os amigos da Território artigos Esportivos.
Esse ai é meu amigo Reginaldo.Ele trabalha com transporte, tipo frete, sabe, aquela geladeira, sofá, pequenas mudanças. Ele é o cara mais fanático pelo Itupava que eu conheço. Ele fez o transporte e me deixou ali no início da trilha. Se precisar de frete ou dicas de trilha, entra em contato com ele que ele é o guia perfeito. (41) 84508596, liga pra ele.
O sereno da neblina nem tinha ido embora ainda quando pus o pé na trilha. Dessa vez fui sozinho, o que não é aconselhável nem para os experientes mas estou contando que vou encontrar algum grupo pelo caminho e me entrosar.
Ponto para coleta de água. Tem várias fontes pelo caminho e todas são potáveis.
O sol já começou a aparecer e a temperatura subindo rapidinho. Uma pausa para encher a mochila de hidratação com água. A trilha tem muita água, portanto não há necessidade de paranoia e carregar dois litros que é peso extra.
Depois de uma hora a trilha original com o característico revestimento de pedra começa a aparecer.
Não se engane, é bem liso e a maior parte do percurso é descida. Tombos e escorregões são inevitáveis.
Primeira para na ponte, momento de descansar, comer umas bolachinhas, tomar um isotônico e dar uma observada na ternura da natureza. Essa imersão no silêncio, nas cores, no ambiente é uma desintoxicação da urbanidade tão presente na mente.
Rio Ipiranga
Essa GoPro parece o Homem de Ferro! Mas, momento de apoio aos amigos, essa Camisa da Conquista com tecido Dry Cool é tudo de bom! Refrescante e ajuda proporcionando conforto. Comprei lá na Território também. Muito bacana além de me deixar bonito e elegante...
O céu tava limpinho, um presente de Deus!
Ruínas do Ipiranga.
Ai é constrangedor falar dessa cena, vendo um patrimônio histórico nessas condições. Triste mesmo, de ambas as partes, tanto de quem tem obrigação de preservar quanto dos aventureiros, ou arruaceiros que destroem ainda mais o que sobrou da usina.
Algum retardado acha que passa lixeiro aqui. Leve o seu lixo pra casa e descarte apropriadamente.
Neste ponto, a primeira linha férrea aparece. Aqui há a opção de seguir pelos trilhos, mas é muito perigoso e bem mais longe. Não é aconselhável, mas, há quem faça e diga que foi bacana correr do trem na ponte São João ou ficar encurralado nas paredes do túnel.
Alguém marcou a trilha com fitas roxas! Medo de se perder!
Não custa lembrar: a trilha é cheia de charme mas é bem escorregadia!
Eu...
Aqui um momento devocional. Reconhecer que tudo isso foi obra do Criador e toda essa exuberante beleza e harmonia manifestam a a sua glória. A voz de Deus é semelhante ao som de muitas águas e uma cachoeira é Deus cochichando pra nós uma boa palavra de Vida Eterna.
O sol radiante enfeita a trilha.
Aqui eu chorei. Aprendi a amar o Marumbi e sempre que reencontro esse lugar é uma emoção muito grande.
Santuário Nossa Senhora do Cadeado. Local onde, na época do Império, era cobrado o pedágio dos viajantes.
Ta vendo esse bastão de caminhada que eu estou segurando. Ele ajuda muito no trekking, mantendo a postura, aliviando a carga nos joelhos e oferecendo um apoio nas escorregadas. Tem um amortecedorzinho na ponta que alivia o impacto no ombro. Tem de vários preços. O meu ai é da Náutica, o mais baratinho. Caso não possa comprar, improvise um cajado com um galho que também ajuda.
Já perdi quatro unhas nessa botina, isso mesmo, as unhas do dedão! Com a mesma bota! O caminho vale as unhas mas eu não indico esse modelo da Snake que causa muitas lesões no pé, apesar de ter orgulho dos produtos nacionais. O vendedor me disse que eu deveria cortar as unhas antes das caminhadas.
Eu devia ter passado na Terrítório que lá eles são feras no assunto, mas isso que dá comprar com quem não te assessora e nem sabe o que tá vendendo. Prejuízo.
É sempre uma emoção encontrar o trem... o som do motor rasga o peito!
Uma sombra me seguindo...
Algumas "pinguelas" e pontes no caminho.
E aqui cheguei ao fim da caminhada. Foi bem tranquila, fiz devagar e ainda cheguei a tempo pra pegar o trem na Estação Marumbi. Caso decida descer até Porto de Cima são mais 4km.
Fica essa linda imagem do por-do-sol sobre a Serra da Graciosa marcando mais uma aventura. Muito bacana isso, broder!
Aqui eu fiz um vídeo resumindo o percurso, dá uma olhada:
Um comentário:
Admiro quem aprecia o que é importante. Não apenas o passeio é surpreendentemente fantástico como a descrição e referências nos deixam com vontade.
menos a mim. Eu nasci Caymmi, me contento em admirar e pensar... Este cara é louco de viver tanto.
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