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Estrada Velha da Graciosa - Conjunto Marumbi

TERRA GRACIOSA


Serra do Mar, Mata Atlântica.
Descer a Graciosa de Bike já se tornou clássico, agora, pra deixar a descida ainda mais emocionante, só mesmo fazendo ela inteira. A Estrada da Graciosa já foi o principal caminho entre o litoral e Curitiba. Na verdade ela começa aqui em Curitiba passa por Quatro-Barras e termina em Porto de Cima.




Caminhos Históricos da Serra:



Neste post quero relatar para os Brodinhos (as) o percurso emocionante que partiu do portal da Antiga Estrada da Graciosa de Quatro Barras até a Clássica Graciosa chegando em Porto de Cima e uma aventura até o Pico do Marumbi para uma "escalaminhada" Mistura de escalada com caminhada.
Bem, vai ser um post bem longo, mas com muita informaçao, mapas, vias e um vídeo com os melhores momentos, que ficou muito bacana!



Quem me acompanha nesta aventura é meu amigo de fé e irmão camarada Rodolfo que já participou de outras edições aqui no blog. Nós saímos da Chácara da Esperança depois de uma palestra no retiro de carnaval da Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular e pedalamos cerca de três quilômetros até o portal de acesso a Estrada da Graciosa em Quatro Barras.


A primeira coisa que chama a atenção é a estrada. Totalmente reformada com pavimentação novinha a Estrada "Velha!" da Graciosa tá bem novinha mesmo! É um exemplo de rodovia turística com espaço para ciclovia, muito bem sinalizada e tudo, realmente, nem dá pra acreditar, mas, é verdade mesmo! Parabéns ao Município de Quatro Barras e ao Governo do Estado do Paraná por essa bela obra.


Logo a gente descobre que a Novinha Estrada da Graciosa faz parte de um circuito chamado Caminhos Históricos da Serra. Ali tem várias pontos bacanas como a Lagoa Azul, A ponte do Arco sob o rio Capivari-Mirim, o Oratório Anjo da Guarda entre outros.




A paisagem que nos acompanha é a exuberante Serra do Mar com seus contornos e a Mata Atlântica verdinha. Apesar de Bem pavimentada, a Estrada tem trechos bem puxados, com longas subidas. Realmente, ultrapassar essa serrinha foi de matar!


Uma pausa para repor as energias, comer um biscoito de proteína e um saché de energético. Pedal na estrada que temos que chegar ainda de dia!



Como era a primeira vez nesta estrada nos não sabíamos em que ponto da Graciosa ela ia desembocar. Erramos o atalho na Casa de Pedra e passamos uns cinco quilômetros que tivemos que voltar, mas rapidinho nos localizamos e saímos ali na sede da Rosa Cruz, é ai que começa a descida tradicional da Graciosa.

Uma paradinha na cachoeira que, apesar de proibido estava cheia de macumba.


Momentos dramáticos. Já no final da Graciosa um choque térmico me deu uma caibra terrível na perda! Que sufoco, pensei que não ia passar nunca. Falta de beber água e isotonico! Uns 10 minutos de sofrimento e aos poucos a dor foi passando. Ai meu Deus, tô ficando velho!


Chegamos a noite em Porto de Cima. Montamos a barraca no Camping da Pousada Dona Siroba (R$ 20,00 reais). Quem nos atendeu foi a Silvia, amiga especial de muitos anos. Jantamos um delicioso file de peixe (R$ 30,00). Os preços estavam meio altos por causa do Carnaval.


Acordamos cedinho, 6 da manha. O sol ainda nem havia nascido. Arrumamos o acampamento e seguimos para o Marumbi.






A estrada Marumbi faz parte do Complexo Turístico de Porto de Cima. A primeira parte da estradinha é bem tranquila, até o posto ambiental. Ali fizemos a nossa inscrição e seguimos a subida.


E que subida. Este trechinho pertence ao famoso Caminho do Itupava, com uma pavimentação de pedra bem bacana. Dai pra frente é só subida.




Depois de quase uma hora literalmente rebocando as bikes chegamos no ponto da bifurcação. A esquerda vai para o Marumbi e a Direita para a Usina Hidrelétrica. Quem pega o caminho do Itupava tem uma indicação para Morretes.


Este caminho é bem bacana e conservado próprio para caminhada.




Mais meio hora de subida e finalmente chegamos no trilho do trem. Uma vista do Complexo de Montanhas Marumbi para estimular e lembrar do objetivo.



Fizemos uma pausa na estação Engenheiro Lange, ponto de encontro de todo mundo que tá fazendo o percurso. Dá pra ver pela placa que foram 142, 5 metros de altitude e até o Marumbi tem mais 108 metros.


Olha ai a subidinha. Bem puxada mesmo. Foram cerca de três quilômetros só de reboque das bikes!




Uma pausa no riachinho pra se refrescar e tomar uma aguinha gelada.


Depois de uma hora inteira, a chegada na Estação Marumbi.



Deixamos as bikes e as mocilas no posto de atendimento. Fizemos nossa inscrição para a subida até o pico de Abrolhos (5 horas entre subida e descida) pois não ia dar tempo de voltar se fôssemos até o Olimpo. No posto nós fomos muito bem atendidos e recebemos instruções. O agente nos acompanhou até o início da trilha nos mostrando no mapa o caminho que deveríamos seguir. Nos deu o número do telefone caso houvesse algum imprevisto. Seguimos pela via Noroeste. Agora sao 10h30m.


O início é tranquilo, mas depois começa a subideira e não acaba até chegar no pico!



A medida que vai se avançando mata a dento as trilha vai ficando cada vez mais difícil.



Depois de uma hora a caminhada vira escalada na rocha.


Uma pausa pra abastecer a garafinha com uma água fresquinha da montanha. Tava meio amarelada, mas a sede, o calor e a fadiga era tanto que isso não fez diferença.


A escalada vai ficando cada vez mais difícil. Encontramos pessoas que desistiram desse ponto. Realmente, é pedreira.

Em alguns pontos somente uma corrente auxilia a escalada. Tem que ter um pouco de sangue frio pra encarar cerca de 10 metros de altura na rocha. Lembrei da Academia Via Aventura e o treinamento em escalada que fazemos toda quinta, nessas horas, como ajuda!



Olha a vista que o Rodolfo tá contemplando pendurado na rocha.



Ai estamos na metade do caminho e já da pra ver o paredão de rocha.


Olha minha cara, ai, 100 por cento suado! Bom mesmo que essas férias me deixaram um pouco gordinho!



Finalmente chegamos na intercessão. A esquerda é para quem segue para o Olimpo e a direita para Abrolhos.
Uma pausa para um pequeno descanso, um gole na água que pegamos lá embaixo, santa aguinha amarela salvadora dos sedentos!



Uma olhadinha na vegetação e imaginar, pelo tamanho da parede, o restante de escalada que ainda resta.



Pra batalha novamente. Este trecho foi o pior e nem deu pra tirar foto, pois foi tenso, muito tenso. Da pra imaginar as paredes pra vencer.


Essa florzinha ai indica uma coisa: Chegamos! Ela brota lá no pico onde há muita luz.



Enquanto descansávamos, deixamos um recadinho na caixa que tá lá no extremo do pico, um ritual de quem vence a escalada.




Dali dá pra ver o imponente Olimpo, Os paredões de rocha e a vista que segue até chegar no mar.



A gente se sente meio pássaro meio anjo.  Dá vontade de voar, foi o comentário do Rodolfo.



Uma pausa para um bom pensamento.
Eu que sou chorão assumido, choro até em comercial de sabão em pó, sentei por um instante e chorei discretamente, é claro. Tem experiências que ultrapassam a razão, nos fazem contemplar nossos limites, que se ampliam a cada desafio vencido. Amontanha tem esse poder, de fazer a gente se sentir pequeno em meio a imensidão, mas, gigante nos ombros. Eu me sinto celestial ao ser tocado pelas nuvens.


Depois de experimentar um momento de transcendência, sentamos e com dois biscoitos de proteína tipo "cookies", comemorei o meu aniversário. A Adidas bem poderia me dar um tênis novo de presente que esse ai já aguentou cada aventura, mas tá firme ainda. Olha o cenário.


A contemplação é uma virtude revigorante.


Bom, agora é só descer.mais DUAS HORAS E MEIA! Na descida todo santo ajuda, mas nesse caso, essa regra não se aplica. Mais difícil descer que subir. Par ajudar, nos perdemos. Erramos a trilha, e tivemos que voltara subir até um ponto reconhecido. Caminho reencontrado, bora pra estação que temos que pegar o trem. Temos exatamente duas horas e meia para descer ou perdemos o trem!


Na estação, depois de registrar a chegada as 15h15m, tomamos um banho e aguardamos o trem enquanto comemos um lanhe. Embarcamos as Bikes e pagamos o bilhete. Acredite, o preço baixou, R$25,00 por pessoa e R$ 5,00 para a bike, muito bom. Uma olhada com saudades para o alto. Mal dá pra acreditar que estivemos lá em cima. Hoje nos juntamos aos muitos montanhistas que fazem essa escalada e amam este lugar.


Da janela do trem, mais uma olhada no pico coberto de nuvens.
Brodinho(a) é isso, a vida, a liberdade, o estado de natureza. Só Deus pra esculpir uma maravilha dessas. Intenso é uma boa palavra. Fica no cantinho da boca, um sorriso contido e no peito uma felicidade capturada com esforço e superação. Agradecer a Deus que deu tudo certo, que voltamos bem pra contar uma bela história.
Para muitos, isso é loucura. Eles tem toda razão.

No final tem um vídeo especial pra curtir e os mapas com as estatísticas, distancias e o percurso.

INFOBRODER:

Conjunto Marumbi:





Aventura Marumbi from Julio Cesar Ponciano on Vimeo.

4 comentários:

joseane daher disse...

Ola Julio

Parabens! Aventura é sempre muito legal! Abs

Mig&Meg disse...

Que legal seu blog e suas viagens Julio! Mto legal ver o link para o Blog da Turminha Mig&Meg por aqui! :)
Um grande abraço!!

marcelo vasco disse...

Parabéns Teacher, belas imagens. Também já fiz este roteiro algumas vezes. Mas no Marumbi fiz o circuito inteiro de picos. Muito legal, a natureza é exuberante.

Unknown disse...

Parabéns !!! Guerreiros só quem tem um espírito forte e aventureiro pra fazer o que fizeram !!! Já fiz algumas loucuras no passado . Descemos de bike até Morretes também , subimos de trem . E descemos de a pé pra Antonina ... Mas ainda tenho vontade de escalar esses morros !!!