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Ilha do Mel - Volta completa na Estação Ecológica

O relato desta trip começa no trapiche de Paranaguá rumo a Praia Brasília na Ilha do mel.
Minha cara ai. Sai de Curitiba de trem. Eu e minha filha Giuliana. Descemos em Morretes, pra variar... Almoçamos e pegamos um carro até Paranaguá. Minha Bike eu despachei e peguei lá.



 Quase duas horas de barco depois... Terra a vista. Chegamos e fomos direto na Pousada Canto da Figueira.


Descansamos...Ninguem é de ferro. Essa pousada é muito bacana e o atendimento é nota 11. Quando vc for pra Ilha, vale a pena ficar num lugar que te ofereça um conforto como esta. Você aproveita mais. Pode parecer caro uma diária 110,00 reais por pessoa, comparada ao Camping de 20,00 reais, mas no final, vale a pena. É só se programar e mudar um pouco o pensamento. Encare como um investimento na sua saúde mental e espiritual. Não é luxo. Se você for com a motivação positiva, vai voltar com garra pra ganhar tudo o que você invistiu em si mesmo. Agora, se for pra se embebedar e se drogar, meu amigo, até a sargeta é um bom lugar. Já perdeu a vida mesmo...

Julio e Frank, o mito da Ilha.



Trilha do mirante.

Esse montão de foto ai resume um pouco. Depois do banho de mar encontrei meu amigo Frank, o mito da Ilha. Todo mundo conhece o Frank na Ilha. E o Frank conhece tudo da Ilha. Aluguei uma bike (sem freios e caindo aos pedaços) pra Giuliana e fizemos uma pedalada até o Forte ou a Fortaleza. Muito bacana o visual. Aqui foram 14Km ida e volta.


Trilha alagada.
No dia seguinte bem cedo eu e o Frank fizemos uma pequena trilha até a Praia do Belo. A noite choveu muito e a trilha estava em boa parte alagada. Radical.
Mais é muito exibido esse cara...


E agora vem a parte mais interessante. A volta completa pela Estação Ecológica. No mapa é essa "bundinha de vespa". A saída e a chegada é ali no trapiche "Brasília". Saímos às 17:30 no início da maré baixa. De longe foi a trip mais radial que eu já fiz.
Suado. A primeira parte até a Fortaleza é tranquila. Só o vento contrário oferece resistência e a suada é inevitável. Tá vendo que meu selim tem uma proteção. Já conto o que aconteceu.


A segunda parte pela Ponta do Bico até Cassual a praia começa a ficar deserta. O vento agora está a nosso favor e o velocímetro marca 30 km/h. Parece pouco mas para uma Bike pesada como a minha e rodando na areia, é muito. Ganhamos tempo ai.

Vista do Mangue.


Brodinho, esse trecho eu literalmente apavorei. Não deu pra tirar foto pois tivemos que sair o mais rápido que deu, mas dá pra ter uma idéia pelo final. Atravessamos uns 3km de mangue alagado e a pé carregando as bikes no braço e em pontos com água no peito. O problema é que, mesmo com a maré baixando, ela poderia subir a qualquer momento. E tem até jacaré!


Atravessamos três rios com água até as rodas e com com as bikes submersas e com meio metro de lama atolando. Foi coisa de loco. Nunca vá sozinho. Escolha alguém pra morrer com você. Não tem opção se não ir em frente, não dá pra voltar, de um lado tá o mar e de outro tá o mangue cheio de cobras e outros bichos. Não é frecura não, realmente, brodinho, essa foi muito loca. E de quebra umas dezenas de butucas nos butucavam sem trégua, até o pneu das bikes elas tentavam chupar, cara, que "treche"! Coração foi a mil. E o mito do Frank no mangue, se já ouviu ele contar, brodinho, essa é verdade meeessssmmmo. Bem ai eu perdi até a capa do meu selim, só percebi ebm depois...



Passado o susto, contornamos a Ponta Oeste passando por Coroazinha (aquela curvinha no final da ilha) e chegamos a uma vila de pescadores na praia do Cedro. Uma paradinha pra tomar um fôlego e nada de água! Cantil seco.

Conheci o Seu Gabriel, um pescador nativo da ilha. Missão "conhecer pessoas" cumprida. Encontramos também o Pérola Negra, mas o "Jack Spereal" não estava...



Uma pausa agora. Tá vendo isso aí? É lixo. A Estação Ecológica tem mais lixo do que bicho! E nós é que consumimos produtos em embalagens que vão parar no mar. Deveria haver um projeto que responsabilizasse o fabricante a ir buscar esse lixo. Já que os consumidores não têm consciência, pode por uma "taxa de retorno" no produto para financiar um programa de coleta do lixo que nós não cuidamos de reciclar. Fica a dica pros fabricantes e o alerta aos brodinhos. É triste ver isso.
Mas esse pôr do sol na Praia do Limoeiro pede uma oração. Agradecer a Deus por ter nos criado livres e nos dado esse mundo para cuidar. Chorar com o coração grato também é uma oração. A liberdade é a nossa alma. E poder ir em frente, a pé ou pedalando, parando para ver, sentir, suar, conhecer, isso é a vida também. Não custa nada agradecer. Isso nos dá força pra seguir em frente.

Começamos a trip marcando 580 e terminamos em 615. Isso dá uma pedalada de 35 km em 3.5 horas. Paramos na pousada Pôr do Sol e tomei 2 caixinhas de água de coco e duas latinha de suco Del Vale. Tava literalmente desidratado. Lembrei das embalagens... e também que embora eu tivesse tomado e levado água tem trilhas que não haverá como repor...

 Pra comemorar, um jantarzinho na Pousada Grajagan.


E essas unhas ai é pra provar que adrenalina faz a unha crescer de verdade, cara, parece coisa de bicho!

Humor a parte, é hora de ir embora. Pegamos o barquinho pra Paranagua. Preferimos pagar um frete e ir de carro com as bikes no reboque, um pouquinho mais caro mas, em se tratatando de final de jornada, é uma alívio. Brodinho, fica ai o relato. É muito bom ter lugares pra ir, mas o mais importante é ter pra onde voltar.
Valeu Frank!







Um comentário:

Viva e deixe viver disse...

Olá... estive na ilha em meados de fevereiro 2011...e por coincidência também fiquei no Canto da Figueira, foram 8 dias eu e mais um casal de amigos, meu o que é aquela pessoa minúscula chamada Mara (inesquecível). Realmente vale a pena, a ilha é maravilhosa e a pousada ótima e limpa que é importante.