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Jaguariaiva parte 1 - Cachoeirão

Esta postagem contempla um emocionante relato que vai ficar pra sempre na minha memória. Fazia tempo que eu planejava fazer uma aventura solitária em Jaguariaiva (mais a diante eu explico a razão). Bom, fiz o percurso em QUATRO etapas (para ler basta clicar no link): 
É um relato bem longo, as pessoas andam sem muita paciência para a leitura. Dediquei algumas horas pra escrever, pensando em deixar não só um registro frio de um lugar mas também uma lição com muitos significados. Te garanto que vale a leitura junto às fotos.


Jaguariaíva é um município dos Campos Gerais do estado do Paraná, fica à 220 Km de Curitiba, passando Ponta Grossa, Castro e Piraí do Sul. A Cidade, acredito eu, é uma das mais prósperas do estado devido ao estratégico manejo florestal de Pínus e eucalipto que é utilizado na produção de papel e beneficiamentos em madeira compensada. A cidade é cercada por florestas de Pinus, espécie de pinheiro e por vários rios que formam lajeados, cachoeiras e Canions que integram unidades de conservação ambiental.


Vale dizer com muita ênfase que o Cânion do Rio Jaguariaíva que integra o Vale do Codó e Serrado é o 8º maior Cânion do mundo formado de escarpas de arenito que chegam a 80 metros de altura.
Planejei uma aventura de cinco dias, que começou na difícil tarefa de transportar uma bike no ônibus rodoviário. As empresas infelizmente não acompanham a evolução humana. Bem, desmontei a bike, paguei “excesso”  de bagagem e ainda tive que enrolar a bike num papelão que pedi para um mendigo. Embarcada a bike, lá fui para Jaguariaíva. Cheguei a noitinha. Uma plateia se formou pra ver montar a bike, perplexos em contemplar a façanha rapidinho e já sai pedalando da rodoviária. Pernoitei no hotel Dib, que por 60,00 reais não é dos piores, mas não espere conforto algum. Dormi com as canelas do lado de fora da cama ao som dos pernilongos.
Na manhã seguinte fui procurar uma tia minha, pra fila um almoço e ver se conseguia um “pouso” mais familiar. Essa tia, Vilma Sampaio é irmã o meu pai. Olha a foto dela ai e da casa.


 Esta casa é uma raridade, deve ter bem uns 100 anos e valeu um pequeno registro de interesse “arqueológico e etnográfico”.








Com o buxo cheio e a cama garantida, parti para a exploração. Primeiro fui até o Cachoeirão, agora se chama Parque Linear do Rio Capivari. Esse lugar é muito especial pra mim. Quando eu era piá meu pai levava a mim e meus irmão nadar nessas corredeiras (na época era limpinho). Ele, na sua simplicacde, nos oferecia o ele tinha de melhor. Claro que na época, Brodinh@, as coisas não tinham o significado que tem hoje pra mim.


É preciso um pouco de sofrimento, uma boa dose de angústia, algumas perdas, uma série de ausências, um pouco de pobreza, ou até mesmo ver os olhos brilhantes da morte na solidão da tristeza ou na doença, entre tantos outros percalços da vida, para que o sentido desapareça, e depois, incompleto e arrebatador, reviva na forma de busca. Uma busca que se realiza no percurso do caminho de uma vida. Esses sentidos vão aflorando, a medida que a gente se expõe ao risco, a incerteza, ao desabrigo, construindo significados e nos refazendo como pessoas mais integradas a vida e a liberdade, com um horizonte bem mais ampliado sobre as coisas e sobre si mesmo.






Refazer esse encontro com esses lugares, portanto, tem essa intenção pra mim: integrar-me a uma memória de infância buscando construir um valor pela retomada desses significados.
Já falei demais, bro. Olha ai as fotos desse lugar maravilhoso. Passei a tarde toda perambulando por ali pelo Cachoeirão.








Depois de tudo, uma pausa para um bom pensamento e beber um caneca de água da bica. A imagem do meu pai agachado com a caneca de água adere a minha, como um reflexo. Foi ai, desde piazinho, que eu recebi a lição: aprecie aquilo que o caminho lhe oferece.



E o caminho às vezes surpreende. Eu estava ansioso, por não saber o caminho para o Sertão em busca do Vale do Codó e a rota das cachoeiras, bem eu precisava de um guia.


Vinha pensando nisso quando dei de cara numa bicicletaria. Eu já havia visto no Facebook, mas foi uma grande surpresa. Conheci o Osmin Ferraz e a gente combinou que ele iria fazer essa assistência pra mim e ainda combinamos de fechar o domingo com um hafting no Rio Jaguariaíva até o Parque Estadual do Cerrado. “fexôoo”!
Ler Jaguariaiva Parte 2 - A Reserva Lago Azul >>

 Itararé Bikes
Essa é a loja o Osmin Ferraz



Um comentário:

Anônimo disse...

boa tarde, gostaria de fazer o mesmo percurso, tbm de bike, moro a 150 km de jaguariava, e agora q tenho um cunhado la qria aproveitar, poderia me dar algumas dicas eu agradeceria mto,responder no meu email:
tmunizmachado@bol.com.br

tiago muniz