Ficamos na pousada que leva o nome da ilha, Pousada Superagui e os proprietários Olga e Daltom nos receberam com muita simpatia. Da esquerda pra direita ai estão Eu, o Frank e o Rodolfo o estreante.
A pousada é bem bacana e proporciona o suficiente e não custa caro. Nós pagamos uma diária de R$ 40,00 com café da manhã que pode variar de acordo com a temporada, normal.
Essa é a vista de quem chega: mar, sol, e barcos. No trapiche tem uma piazada que "puxa" a cavalo as malas dos turistas. Uma curiosidade é que os cavalos fazem coco em um "porta coco" pra não sujar a praia, o que é muito bacana da parte deles. No primeiro dia aproveitamos para conhecer a vila, andar pela trilha, conhecer os moradores e provar a comida.
Nossa aventura mesmo começou no dia seguinte as 9:30 da manhã. Estamos esperando um fazer um percurso de aproximadamente 40 Km partindo pela orla de Superagui, passando pela comunidade de Ariri atravessando o canal de barco e seguindo até Marujá, no estado de São Paulo.
PERCURSO DA VILA DE SUPERAGUI (PR) ATÉ A VILA DE MARUJÁ (SP)
O mapa do percurso traçado no Bikemap.net dá uma noção. Passe o mouse sobre a escala pra ver a localização.
De cara são quilômetros de praia e 360 graus de céu azul e sol. É literalmente a visão do paraíso. A agua limpíssima.Este trecho foi de 25 km de praia sem muita dificuldade, mas, realmente lindo, uma pintura viva.
A dificuldade ficou por conta do mangue, de novo. Com o mar avançando sobre a Mata Atlântica e as raizes das árvores formam uma rede quase intransponível. Ai foi uma hora inteira de obstáculos.
Esse trechinho foi de matar!
Mas é um bom momento para agradecer a Deus pela vida e pela força que Ele nos dá brodinho.
Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.
Almoçamos nesse restaurante que é um projeto da UFPR com as mulheres dos pescadores, Muito bacana. O cardápio do PF (prato feito) é feijão com arroz, salada e dois files de peixe. Muito gostoso com sabor de comida caseira.
Deixando o restaurante, mais uma etapa até chegar naquela serra láaaaaa no fim do mundo. Perceba que a praia é lisinha e tudo é calmo e tranquilo.
Esse portalzinho dá acesso a comunidade da Vila de Marujá.
E tai brodinho. Chegamos as 15:00 horas, portanto, foram seis horas entre pedalada, obstáculos, descanso e refeições. O sorriso é por conta do objetivo cumprido.O velocímetro marcou 43 km percorridos. Bom, agora é só voltar!
No dia seguinte descansamos e aproveitamos o sossego do lugar.
Olha ai o famoso peixe frito do PF da ilha.
Depois do almoço fizemos uma trilha até a praia deserta,uma trilha curtinha, com 40 minutos de pedalada.
A Praia Deserta é deserta mesmooooo. Demos um mergulho e como não tinha ninguém, nadamos pelados. Ai não tiramos fotos. Só Deus nos viu. Mas nós somos do bem e tudo vira brincadeira.
Finalzinho da tarde é um bom momento para fazer um balanço. Puxa... mais de 100 km percorridos...
Agradecer a Deus por tudo, por ter nos guardado, pela vida, pela liberdade, e também pela oportunidade. Nem tudo é perfeito, a realidade que nos espera na cidade é repleta de desafios, problemas, conflitos pessoais. Mas fica a certeza da lição aprendida lá na enseada, na escuridão, encurralados pela maré: "vai passar, a gente tem que ter paciência e esperar..."
A noite fomos conhecer o famoso "fandango". Não é o salgadinho, é uma música típica que os moradores mais antigos se esforçam para manter viva. Nessa tapera que na verdade é um boteco, esses artistas deram um show emocionante. Os turistas se ajuntavam do lado de fora pois não cabia todo mundo. Aplausos.
E assim termino o relato dessa aventura com a imagem dessa rede enorme que estava sendo tecida em plena trilha e essa na qual todo mundo correu para ajudar os pescadores durante uma tempestade repentina. O vento estava arrastando a embarcação que seria arremessada contra o trapiche. Um enorme mutirão se formou para puxar o barco. Turistas e pescadores juntos. Rede de pesca e rede de gente. É a solidariedade em ação.
Um passeio que valeu a pena. Só que da próxima vez, não vou de "voadeira", pois a volta, com o mar de tempestade, enfrentamos ondas com 2 a 3 metros. Loucura. Valeu brodinho.
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